Nos postais centenários ressalta o requinte e o bom gosto com que o fundador, António Ferreira Lopes, o mandou conceber, executar e decorar.
Os azulejos das paredes, bem como a decoração do teto, são da autoria do grande artista Jorge Colaço, uma das maiores figuras das artes portuguesas ao tempo.
Os azulejos contam uma história de alegria, envolvendo a romaria minhota e as cenas que a rodeavam, e, para além de tornarem a portaria da unidade de saúde digna de receber qualquer visita, serviam também para fortalecer psicologicamente os doentes ali internados, que podiam ali sentar-se a admirar as pinturas.
Também os bancos, os vazos e os suportes destes marcam o tempo em que foram executados, encontrando-se no local desde a inauguração, há cem anos.
Num dos postais de 1917, encontra-se, sentado, o administrador da altura, João Albino de Carvalho Bastos, sobrinho de António Ferreira Lopes e figura de grande importância no acompanhamento das obras (projecto de Moura Coutinho), no apetrechamento do Hospital e nos primeiros dez anos de seu funcionamento.
Como se pode ver pelas outras duas imagens, que nos mostra o mesmo local nos dias de hoje, nada foi mudado. Só a avenca doa vasos secou. Num destes postais atuais está sentado no mesmo banco há 100 anos utilizado pelo administrador João Bastos, o atual administrador-delegado, Agostinho Monteiro Vieira.
Este átrio do Hospital António Lopes é de tal importância artística que está classificado como “Imóvel de Interesse Público” através do Decreto n.º 8/83, DR, I Série, n.º 19, de 24-01-1983.
