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89º aniversário da aprovação dos Estatutos e Alvará da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso
31 dezembro 2017

89º aniversário da aprovação dos Estatutos e Alvará da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

89º aniversário da aprovação dos Estatutos e Alvará da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Comemoramos hoje, 31 de dezembro de 2017, o 89º aniversário da aprovação, pelo então governador civil de Braga capitão José Ribeiro Barbosa, dos primeiros Estatutos e Alvará da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. Pretendemos, assim, assinalar esta data como uma das mais importantes para a vida da nossa Instituição.

Na verdade, entre o falecimento do benemérito António Ferreira Lopes, em 22 de dezembro de 1927, e igual dia e mês do ano seguinte, houve um conjunto de vinte e três Irmãos Fundadores composto exclusivamente por familiares e amigos do filantropo, que teve o cuidado de organizar o processo que levaria à fundação da “Misericórdia e Hospital António Lopes da Póvoa de Lanhoso”.3

Este grupo, à frente do qual se encontrava o seu sobrinho e testamenteiro Arlindo António Lopes, encontrou na criação de uma Misericórdia – instituições históricas, já então com mais de quatrocentos anos de existência e com provas dadas na gestão de unidades de saúde e na prestação de cuidados aos enfermos – a solução para gerir o Hospital António Lopes que o “brasileiro” da Póvoa de Lanhoso havia inaugurado em 1917 e que, por testamento, legara à sua terra pedindo aos familiares que após a sua morte o entregassem a uma instituição que já existisse ou a outra que para o efeito estes quisessem e viessem a criar.

Os testamenteiros, familiares e amigos do fundador decidiram-se então pela criação da Misericórdia.

Foi o Dr. Alfredo Ribeiro, advogado e notário na Póvoa de Lanhoso, que procedeu à redação dos Estatutos, com 9 capítulos e 65 artigos. Não diferindo muito dos que regulavam o funcionamento da maioria das outras Santas Casas espalhadas pelo país, tinha algumas particularidades próprias do Hospital António Lopes e, a partir da sua aprovação, foi por eles que a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso se regeu até 1982.

Em 22 de dezembro de 1928, no exato dia em que se cumpria um ano sobre a morte do benemérito, os vinte e três Irmãos fundadores da nossa Santa Casa entregavam, em mãos, no governo civil de Braga e requerimento visando a criação. O despacho do Governador Civil teve lugar poucos dias depois, ou seja, em 31 de dezembro de 1928.

Estava assim criada esta Irmandade leiga de inspiração cristã que viria a gerir a unidade de saúde criada pelo Senhor das Casas Novas mais de uma década antes.

Com muitos êxitos e alguns naturais percalços, firmou-se, nestes 89 anos de existência, a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso como uma das mais importantes instituições de solidariedade de toda a região, sendo hoje não apenas um dos maiores empregadores do concelho, mas, sobretudo, uma Misericórdia que presta anualmente relevantes serviços a vários milhares de pessoas através das suas valências de Infância, ERPI (Lar), Apoio Domiciliário, Unidades de Cuidados Continuados, Farmácia e Hospital António Lopes.

Foi através do legado de António Lopes que esta Santa Casa se afirmou na sua grandiosidade, vencendo barreiras em direção ao futuro. Mas foi-o também no gesto magnânimo dos vinte e três Irmãos fundadores desta Instituição que a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso pôde continuar – e atrevo-me a dizer, a melhorar – a dádiva de António Lopes a todos os povoenses.

Por isso, não quisemos deixar passar em claro esta importante data.

Seguiremos, pois, a caminho do 101º aniversário do Hospital António Lopes e do 90º aniversário da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, com a repetida vontade de a elevarmos cada vez mais em honra do nosso passado e com a perspetiva de fazermos dela uma referência maior ainda para o futuro.

Assim Deus nos ajude.

HUMBERTO CARNEIRO

Provedor da SCMPL

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