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A 31 de dezembro de 2018 cumpre-se mais uma data festiva, o 90º Aniversário da nossa Misericórdia
13 outubro 2018
Categoria: SCMPL

A 31 de dezembro de 2018 cumpre-se mais uma data festiva, o 90º Aniversário da nossa Misericórdia

 

Em 31 de dezembro de 2018, cumpre-se mais uma data festiva, o 90º Aniversário da nossa Misericórdia

Tendo-se comemorado entre 5 de setembro de 2016 e igual data do ano passado de 2017 o Centenário do Hospital António Lopes, festa que na Póvoa de Lanhoso foi vivida com muita entrega, elevação e que, para nela participar, honrando esta Instituição e o casal de Fundadores, trouxe à nossa terra, entre outras figuras de relevo nacional, o Senhor Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, a Misericórdia atinge, este ano de 2018, mais uma data memorável – o 90o aniversário da sua fundação.

Na verdade, após a morte do grande benemérito António Ferreira Lopes, em 22 de dezembro de 1927, tornou-se o seu testamento geralmente conhecido. Nele expressava o “brasileiro” das Casas Novas a doação do seu hospital à Póvoa de Lanhoso, solicitando aos testamenteiros que o entregassem a uma instituição já existente ou a outra que eles próprios decidissem criar.

Tomou então conta da gestão provisória do Hospital uma comissão administrativa que, presidida por Francisco Antunes de Oliveira Guimarães por ser o mais velho dos que a integravam, contava ainda com o contributo de mais seis membros, a saber: Álvaro Ferreira Guimarães, Arlindo António Lopes, João Albino de Carvalho Bastos, Armando Queiroz, António dos Santos Queiroga e Manuel José de Sá.

Esta comissão, que teve a responsabilidade da administração durante mais de um ano, decidiu, depois de bem refletir sobre a instituição que melhor podia vir a administrar o Hospital, criar uma Misericórdia, fazendo anotar em ata de 7 de dezembro de 1929 que “reconhecendo que essas Instituições são aquelas que mais puros têm conservado os seus ideais e os fins caritativos”, a ela entregava, findo o seu trabalho, “a grandiosa obra criada pelo grande Benfeitor António Ferreira Lopes e por ele legada a este concelho, [a qual] ia sob administração da Misericórdia realizar plenamente a intenção do seu saudoso Fundador (...)”. De então até hoje passaram-se noventa anos e tornaram-se comprovadamente reais as palavras anotadas em ata pela primeira Mesa Administrativa da nossa Misericórdia: a Misericórdia tem realizado plena- mente a intenção do seu saudoso fundador.

Nestas nove décadas em que muitos a serviram como dirigentes ou funcionários, e que alguns outros a beneficiaram como benfeitores, muitos milhares de utentes foram atendidos ou internados no seu Hospital. A unidade de saúde foi, aliás, durante quatro décadas (1927-1967) a única valência da Misericórdia povoense, chegando a sua designação – o Hospital – a ser confundida com a Irmandade. Mas a partir de meados da década de 1960 e tendo como Provedor o Eng.o Armando Rodrigues, a Misericórdia, que por essa mesma altura adquirira com dinheiro da herança do “brasileiro” Francisco Peixoto o Palacete das Casas Novas, assumiu para sua gestão o então designado Asilo de S. José, fundador pelo Pe. José Dias em 1936, instalando-o na antiga residência de António Lopes e D. Elvira Câmara Lopes.

Nas décadas de 1980/90 alargou a Santa Casa as suas valências aos jardins-de-infância e, já no século XXI, construiu a Unidade de Longa Duração e Manutenção que, tal como as dedicadas às crianças e aos idosos, é hoje uma das valências mais necessárias em virtude do crescimento da esperança média de vida e da transformação de muitos idosos em pessoas profundamente dependentes de serviços especializados de apoio.

Só pelo crescimento descrito justificar-se-ia que a Santa Casa soube dar continuidade à Obra encetada por António Lopes. Mas é necessário dizer que, sendo melhoramento tentado mais que uma vez em meados do século XX, e nunca conseguido por falta de meios, souberam as Mesas Administrativa de que é Provedor o Dr. Humberto Carneiro dar seguimento a um outro pedido deixado em testamento por António Lopes: que se um dia essa possibilidade surgisse, deveria o Hospital ser alargado, para desse modo conseguir mais capacidades de resposta. E, assim, em 5 de setembro de 2016, ao iniciarem-se as comemorações do Centenário do Hospital, foi inaugurado um novo edifício, complementar ao primitivo, que veio mais que duplicar o espaço disponível e permitir o crescimento, em quantidade e qualidade, dos serviços oferecidos pela unidade de saúde aos seus utentes.

Um ano depois e após profundíssimas obras de adaptação às novas realidades da medicina, foram inauguradas as melhorias introduzidas no “velho” Hospital António Lopes, transformando assim, no seu todo, esta unidade de saúde numa das mais modernas do país, à sua dimensão.

Pode assim afirmar-se que, ao cumprirem-se o 101º aniversário do Hospital António Lopes e no 90o aniversário da criação da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, se encontra bem honrada a memória do seu fundador, por obra daqueles que têm tomado a seu cargo a gestão desta instituição. Por isso aqui se deixa este testemunho para memória futura, contribuindo para que, quando daqui por outros 100 anos se comemorar o Ducentésimo Aniversário do HAL, se conheça o passado da Instituição.

Galeria de Imagens: Bloco de Operações de 1917 e bloco de operações de 2017: cada um deles, do mais moderno à respetiva época.

Por José Abílio Coelho

 

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